MPMG propõe 17 novas ações contra
ex-prefeito de Pirapora
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio
da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Pirapora e do Grupo
Especial de Promotores de Justiça de Defesa do Patrimônio Público (GEPP),
propôs hoje, 27 de fevereiro, 17 ações civis e criminais contra um ex-prefeito
de Pirapora que exerceu os mandatos de 2005-2008 e de 2009-2012.
Trata-se de dez ações penais por crimes contra a
Administração Pública e por lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores,
além de sete ações civis pela prática de atos de improbidade administrativa.
Além do ex-prefeito, são réus nas ações a esposa, uma irmã e uma sobrinha do
ex-agente político, bem como servidores públicos municipais, empresas e
empresários que foram beneficiados em contratos com o município de Pirapora.
Investigações conduzidas pelo MPMG, realizadas com
base em inspeção realizada em Pirapora pelo Tribunal de Contas do estado, a
pedido do Ministério Público de Contas, identificaram fraudes em licitações e
desvios de recursos na execução de obras públicas entre 2006 e 2011. De acordo
com as apurações, empresas foram beneficiadas em contratos que ultrapassaram R$
31 milhões.
Além disso, a instituição apurou que o ex-prefeito
constituiu patrimônio incompatível com seus rendimentos declarados e, com o
auxílio de diversas pessoas, ocultou imóveis, veículos e empresas,
registrando-os em nome de “laranjas”.
As ações propostas pelo MPMG envolvem valores que
superam R$ 23 milhões.
Os promotores de Justiça que ingressaram com as ações
pedem o sequestro e a indisponibilidade de bens dos réus com o objetivo de
viabilizar ressarcimento ao erário, a perda de valores indevidamente auferidos
pelos réus e o pagamento de multa. Além disso, o Ministério Público pediu o
sequestro de três fazendas e de um posto de combustíveis, além da nomeação de
um administrador judicial para esses bens.
Segundo a instituição, o posto de combustíveis chegou
a ser utilizado para a lavagem de dinheiro oriundo de corrupção.
Entenda o caso
As ações propostas nesta sexta-feira são desdobramento
da Operação Waterloo, deflagrada em 12 de agosto de 2012. Naquela ocasião, o
MPMG, em parceria com a Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) e com Polícia
Militar de Minas Gerais (PMMG), cumpriu 12 mandados de busca e apreensão na
prefeitura de Pirapora e em residências e empresas do município e de Montes
Claros, no Norte de Minas. A medida foi determinada pelo Tribunal de Justiça de
Minas Gerais (TJMG).
Desde então, diversas ações civis e criminais foram
propostas contra o ex-prefeito e outros réus. O primeiro já foi condenado a
penas de prisão em primeira instância pela prática de crimes de fraude em
licitações e desvio de recursos públicos envolvendo a realização de shows (dez
anos de prisão), contratos de limpeza urbana (14 anos, nove meses e dez dias de
prisão) e de fornecimento de combustíveis (sete anos de prisão).
Fonte: Gepp
Fonte: Gepp