O
atual prefeito de Pirapora Heliomar Valle da Silveira está pedindo o apoio da “oposição”,
em busca de ajuda, alegando o momento econômico e administrativo difícil em que
a cidade se encontra.
Por
que isso agora? Durante 10 anos a “oposição” foi alvo de achincalhamento e
criticada pelo atual grupo político que está à frente da prefeitura e nunca foi
convidada para dar sugestões ou críticas neste período.
As respostas são fáceis de serem deduzidas:
Saturação: Durante 10 anos Pirapora foi governada pelo mesmo grupo político e a cidade estagnou. Uma década perdida e uma enorme fortuna passou pelos cofres da prefeitura. Os benefícios foram mínimos diante do que era possível fazer e hoje com uma folha de pagamento de contratados e comissionados asfixiante, custeio e dívidas principalmente das duas gestões do ex-prefeito triplamente condenado pela Justiça pelos inúmeros crimes praticados, a prefeitura perdeu a capacidade de investimento expressivo e quando teve oportunidade, não o fez.
Desgaste: Os integrantes do atual grupo político, mesmo com a prefeitura nas mãos, depois de três mandatos consecutivos e promovendo toda sorte de propaganda política e controle midiático, vem sofrendo desgaste. Viu-se isso na última eleição para prefeito, onde quase foram derrotados por Indalécio Garcia, candidato da “oposição”.
Reflexos foram gerados até nas eleições para Deputados que recentemente ocorreram. Em 2010 o Deputado Federal e o Deputado Estadual escolhidos pelo gestor à época obtiveram cerca de 8 mil e 12 mil votos respectivamente; já na última eleição em 2014 obtiveram cerca de 6 mil votos e 10 mil votos, ou seja, os candidatos escolhidos pelos prefeitos desidrataram em cerca 2 mil votos cada.
Filho Pródigo: Assim como na parábola onde um dos filhos pediu parte da herança que lhe cabia, saiu de casa, levou uma vida extravagante e exuberante até findar-se tudo, voltou empobrecido aos braços do pai, algo semelhante acontece em Pirapora onde os investimentos diminuíram sobremaneira. Após 10 anos de gastanças sem a eficiência adequada, o atual grupo político frente à prefeitura busca apoio agora na “oposição”.
Vale usar o exemplo do atual Deputado Estadual escolhido pelo prefeito, que na legislatura anterior era secretário de Estado, tendo trânsito com muitos prefeitos e usando a pasta como plataforma política. Agora na condição de somente Deputado Estadual, certamente as emendas parlamentares dele não serão suficientes para atender às demandas dos diversos prefeitos que o apoiaram, podendo causar insatisfação nos mesmos, por isso a necessidade de usar os Deputados da “oposição” para investirem na cidade.
Não há nada de nobre: Ao querer o apoio da “oposição”, sobretudo na obtenção de verbas, o atual prefeito quer vender uma imagem de união, pacto, quando a verdade é que a prefeitura de Pirapora está agonizando e a eles sobrou a “oposição” para ajudar, na base do “já que não tem ninguém, vão vocês mesmos”. Ou seja, estão pedindo para a “oposição” ajudar o grupo político que está há 10 anos na prefeitura a resolver problemas que eles próprios da situação criaram.
Diminuição dos cabos eleitorais: Como é de conhecimento de todos em Pirapora, muitas pessoas que se propõem a apoiar um determinado candidato a prefeito o fazem na esperança de obter um emprego na prefeitura.
Porém, como o Ministério Público Estadual obrigou o prefeito a fazer concurso público para ocupar as vagas dos atuais contratados, estes não se sentirão estimulados a apoiar politicamente o atual grupo político que está na Prefeitura, já que estas pessoas não apóiam e militam por ideologia, melhores propostas ou caráter do candidato, apóiam meramente pela possibilidade de ter emprego na prefeitura.
Portanto, o cenário na próxima eleição será diferente sem o apoio destas pessoas. Por isso o atual prefeito precisa arregimentar mais pessoas da “oposição” para o seu projeto político, para que estes supram a ausência dos insatisfeitos.
Pacto liderado por quem?: O prefeito atual aparentemente pretende liderar este pacto, mas com qual compromisso e credibilidade?
Depois de dois anos e com informações mais que suficientes do Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Polícia Federal, Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, Tribunal de Contas da União, sobre os incontáveis crimes praticados pelo prefeito anterior, o atual prefeito sequer instaurou investigações e processos administrativos para apurar as ações do prefeito anterior, não realizou auditorias e não ajuizou nenhum processo judicial contra o prefeito anterior.
Sabem o que isso significa? Significa que o atual prefeito e o anterior estão e continuam umbilicalmente unidos na política. E que essa imagem de independente que o atual prefeito quer passar é meramente um engodo para atrair a “oposição”. Não adianta falar uma coisa se as atitudes não condizem com a fala.
O prefeito atual pretende se reeleger? Sim, é fato, por isso estas movimentações políticas. Poderá ganhar? Se não encontrar resistência, sim.
Mea
Culpa: Por que o
atual prefeito e o ex-prefeito, bem como sua base de apoio não reconhecem que
falharam, erraram e administraram mal os Bilhões de Reais que entraram nas contas da prefeitura de Pirapora nos últimos 10 anos?
É
fácil e com conteúdo hipócrita pedir ajuda à “oposição”, sem reconhecer os
próprios erros, querendo que outros consertem as suas falhas, como se fosse
agora obrigação da “oposição” limpar a sujeira feita, mas sem administrar a
prefeitura.
O atual prefeito e seu grupo político querem
demonstrar que prezam por Pirapora? Simples: Se afastem da vida pública.
Certamente farão muito bem à cidade.