quarta-feira, 13 de julho de 2016

TURISMO CULTURAL – “FESTA DO SOL”

O Blog Transparência abre espaço para divulgar matéria do piraporense Ivan Chagas.

TURISMO CULTURAL – “FESTA DO SOL”  Por Ivan Chagas*

Não sou turismólogo, mas em minhas viagens pelo Brasil vejo o quanto nossa indústria do turismo é frágil, incipiente, amadora e cara. Sempre viajei muito pelo Brasil, a cada ano conheço dezenas de cidades diferentes, de todos os tipos e perfis. Já são mais de 500 municípios que visitei, seja a passeio ou a trabalho.

O Turismo Cultural é uma indústria de grande força econômica em todo mundo, mas aqui no Brasil ela ainda não é capaz de nos rentabilizar mesmo com o potencial que temos.

A cidade de Bangkok, com 10 milhões de habitantes, recebe 16 milhões de turistas/ano, quase o triplo que o Brasil inteiro. A França atrai em torno de 84 milhões de visitantes ao ano, 14 vezes mais do que o Brasil, que recebe pouco mais de 6 milhões de turistas ao ano.

Não conheço a França, mas pelo tamanho, menor do que o estado de Minas Gerais, posso afirmar que o Brasil, com suas dimensões continentais, possui muito mais beleza e diversidade, posso citar alguns poucos locais, como a Floresta Amazônica, as cidades históricas de Minas, a Chapada Diamantina, as maravilhosas praias do nordeste, a cidade do Rio de Janeiro e São Paulo, entre muitas outras opções. Mas a França tem algo que é imprescindível no turismo: organização. A França valorizou o seu turismo, investiu e se estruturou, enquanto aqui no Brasil o turismo é uma indústria, podemos dizer, capenga, desorganizada e exploradora.

O Brasil, país continental, com cerca de 220 milhões de habitantes, possui apenas quatro companhias aéreas para atender sua população. A malha rodoviária é deprimente e a ferroviária não existe. Os ônibus de transporte de passageiros vivem num protecionismo de mercado secular e retrógrado, onde não há concorrência. As famílias proprietárias das empresas de ônibus estão entre as mais ricas do Brasil. Nadam de braçadas, oferecendo um serviço da pior qualidade, com frota obsoleta e quadro de funcionários péssimos.

Fazendo uma breve referência à cidade de Pirapora, vejo a próxima Festa do Sol como uma grande oportunidade para a cidade romper de uma vez por todas o fracasso dos antigos prefeitos, em especial o último que, além de dilapidar a cidade financeiramente, acabou com a maravilhosa Festa do Sol, criando a piegas, oportunista, brega e populista “Micareta do Sol”, que atraiu o mais baixo nível de turistas à cidade, turistas estes que não deixavam nem cem reais per capita no município.

Tomamos a liberdade, eu e meu amigo/parceiro, Rômulo Melo, de enviar para a Secretaria de Cultura de Pirapora algumas sugestões para a “Festa do Sol”. Pensamos nesta contribuição para que este evento volte a ser o que era no passado. Quem participou, lembra-se! O evento era múltiplo, com exposições, seminários, oficinas, shows, entre outras atividades culturais. Com programação de qualidade invejável, colocou Pirapora no calendário festivo do país, o que dezenas de pequenas cidades do interior de Minas estão conseguindo com os “Festivais de Inverno”, que se espalham por todo estado a cada ano.

Sugerimos um link entre a “Festa do Sol” e a novela “Velho Chico”. Conjugar com uma novela global pode ser uma estratégia de marketing institucional muito interessante. O “Festival de Cinema de Tiradentes” focou em apresentar produções globais e o resultado está aí, um dos festivais mais importantes do país, com cobertura da Globo, que prioriza seus atores onde eles estiverem. Isto é regra e é disto que falamos.

É urgente que se façam um evento, com competência e lucidez, para reerguer a, outrora notável, “Festa do Sol” e transformá-la num dos eventos anuais mais importantes de Minas, assim Pirapora pode se tornar a meca do turismo do norte do estado.

(*) Ivan Chagas
Sion Produções e Eventos / Belo Horizonte
(31) 9-9868-8300